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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Infrações fotográficas

Tirar fotos de livros não é a atitude mais legal que se possa fazer em uma biblioteca. E legal no sentido de lei, não de bacana. Mas quando nos faltam recursos e tempo, a máquina fotográfica está lá, sempre pronta, na bolsa. E hoje ela foi necessária: Alexandre me pediu para fotografar um livro raro, objeto de sua pesquisa. Lá pelas páginas finais, eu comentei com ele a nossa irregularidade. "Ah, não. Tá tranquilo", foi a resposta do sempre calmo Alexandre. Maldito sexto sentido. Dois segundos depois, surge um funcionário da BNF, mostra sua carteirinha como um policial e diz: "Vocês não podem fotografar livros aqui!" E falou mais um monte de coisas que mal ouvi de tão atordoada que estava. Pediu para que o acompanhássemos até o balcão da sala. Alexandre se prontificou para ir, mas ele se vira para mim e diz: "Você também. E sobretudo, com a máquina fotográfica". Danou-se, teremos de deletar todas fotos, pensei, que naquela altura já ultrapassavam a casa da centena.

No balcão, um jovem funcionário, muito mais cordial, nos explica:
"É preciso pedir autorização para fotografar. Os livros anteriores a 1918 podem ser autorizados, mediante situação física deles. A autorização deve ser solicitada e, se não for feita, vocês podem ser expulsos da sala e as carteirinhas são retidas. Por favor, preencham essa ficha."
Depois de preencher, ele olhou o livro, viu que era do final do século XIX, autorizou as fotografias, pediu que cuidássemos do livro e que sentássemos em uma mesa ali próxima, e pronto! Nada de funcionário-policial, de olhar severo e cartão de identificação. Só faltou as mãos para o alto. O susto foi grande e quase entreguei meus documentos, com o direito de ficar calada.

2 comentários:

Tadeu Taffarello disse...

Que aventura, Elen...

Ainda bem que no final tudo saiu bem...

Elen disse...

Oi Tadeu,
ainda bem que não precisamos apagar as fotos, mesmo. Isso porque eu não falei que ontem mesmo eu fotografei 2 capítulos de um livro que eu não vou comprar pois é caro... e se eu tivesse que deletar todas as fotos, eu perderia a minha parte também, não só a parte do Alexandre. E o meu estava, de fato, fora da lei: livro recente, que não pode mesmo ser fotografado... hehehe. Infrações à parte, tudo pela pesquisa!!!
E o engraçado também foi que, assim que terminamos de bater as fotos autorizadas, a gente pegou as coisas e veio embora, pois eu tinha curso à noite. Todo mundo perto da gente ficou olhando... eles devem ter pensado: hum... fora expulsos! hehehe.
Abraço.