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domingo, 29 de junho de 2008

Corte de cabelo

Em geral eu não gosto de ir ao cabeleireiro: o som e o vapor quente do secador perto do rosto, uma pessoa puxando meu cabelo, escovas e pentes que não sei por onde passaram antes. Mas não tem jeito: de seis em seis meses a ida é obrigatória. Enfim, já fazia seis meses que eu não ia e o cabelo estava insuportavelmente cheio de pontas. Com o dilema a enfrentar ao explicar o tipo de corte em língua estrangeira, ficava me imaginando fazendo mil gestos para o cabeleireiro. Mas eis que aqui na Maison há muitas pessoas que são freguesas de uma portuguesa-francesa (ela nasceu em Paris, mas os pais são portugueses), que nos entende (supõe-se, por - teoricamente - falar uma mesma língua).

Fui lá na sexta-feira cedo. Ao contrário do carrinho de parafernálias que os cabeleireiros brasileiros têm, ela possuía apenas uma tesoura, um pente, uma escova, uma navalha e uma máquina. Tudo aglomerado em uma gavetinha bem pequenininha. Expliquei a ela como queria o cabelo: com medo do que estava por vir, pedi apenas para tirar as pontas e dar uma leve desfiada. Tirar as pontas ela entendeu, mas o desfiado não. Resultado: ela pegou o cabelo inteiro atrás (como quem vai fazer um rabo-de-cavalo) e deu duas tesouradas. Depois, deu duas cortadinhas na franja e secou o cabelo. Eu não entendi patavina. Repeti: e o desfiado? ... Cara de quem não entendeu. Repeti e pedi para fazer com a navalha. E a santa me faz com o cabelo seco! Enfim, saí de lá com aparência de quem não cortou o cabelo, apenas lavou; salvo uma ponta, que ficou sem ser desfiada. Tudo isso por: 28 euros!

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