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quarta-feira, 23 de abril de 2008

Causos de biblioteca

Um dia, talvez, eu escreva uma série de crônicas narrando todas as histórias de biblioteca pelas quais já passei. A de hoje foi mais ou menos assim:

Cheguei pontualmente no horário reservado, às 13h. Dois imprevistos: o primeiro, um dos livros reservados havia sumido e a funcionária ficou de procurá-lo (rapidamente encontrado, sem problemas); o segundo, o meu lugar previamente reservado estava ocupado, não por alguém, mas por alguns livros dispostos sobre a mesa. Fui falar com a funcionária para ver o que eu deveria fazer, pois o dono dos livros não estava ali e não tinha como simplesmente retirá-los do lugar. Ela sugeriu que eu sentasse em um lugar perto e, quando a pessoa chegasse, que falasse com ela, solicitando o meu lugar.

Armei o meu acampamento (significa: ligar computador, pegar os livros e cadernos de anotações). Devo ter ficado ali estudando pelo menos uma hora, quando chega um senhor e pára ao meu lado. Eu, percebendo que o dono do lugar havia chegado, levantei-me e comecei a arrumar as coisas, pedindo desculpas, evidentemente. Em segundos, ocorre o seguinte diálogo:

Eu - Desculpe. Espere só um momento que o meu lugar está ocupado.
Monsieur - Vá lá e fale com a pessoa para ela sair.
Eu - Mas ela não está lá, há apenas livros.
Monsieur, com ar blasé, resmungou alguma coisa do tipo: "não tenho nada com isso" e ficou me olhando com um sorrisinho irônico nos lábios. Retirei minhas tralhas e ainda deu tempo de ouvir um cínico "merci".

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